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Inflação em 12 meses volta a subir nos EUA em novembro (+2,7%)

ATENÇÃO - Atualiza com comentário da Casa Branca, analistas, Wall Street ///

A inflação acumulada em 12 meses voltou a subir em novembro nos Estados Unidos pelo segundo mês consecutivo, e os temores de que a alta de preços continue aumentam, a poucos dias da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

O índice de preços ao consumidor cresceu 2,7% em um ano até novembro, comparado aos 2,6% de outubro, informou o Departamento de Trabalho nesta quarta-feira (11).

Na comparação mensal, os preços ao consumidor subiram 0,3% em relação a outubro, também superando o aumento de 0,2% registrado entre setembro e outubro.

Os números estão alinhados com as expectativas dos analistas, segundo o consenso da Market Watch.

A inflação subjacente, que exclui preços voláteis como alimentos e energia, permaneceu estável em 0,3% na comparação mês a mês e registrou 3,3% em 12 meses, também em linha com as previsões do mercado.

A inflação geral subiu em outubro pela primeira vez desde março e os aumentos de encargos prometidos pelo presidente eleito Donald Trump para janeiro podem elevar ainda mais os preços.

Empresas americanas expressaram preocupação com o impacto potencial dessa política na inflação, segundo o Livro Bege do Fed, uma pesquisa com líderes empresariais do país.

"Nos últimos quatro meses, a inflação tem ficado próxima ao nível pré-pandemia", comentou a principal conselheira econômica da Casa Branca, Lael Brainard, em reação ao relatório.

Em relação aos preços, "o principal fator que contribui para a inflação é a habitação", com valores elevados "devido ao baixo nível de bens disponíveis", resumiu Julia Pollack, economista-chefe do site ZipRecruiter.

"Com o retorno de Trump ao poder" em 20 de janeiro, "podemos começar a trabalhar para pôr fim ao pesadelo da inflação", disse o senador republicano Rick Scott.

Uma comissão dirigida por Elon Musk, fundador da Tesla e SpaceX, ficará responsável por reduzir o gasto público, especialmente eliminando empregos federais.

Mas, para o representante democrata Brendan Boyle, os republicanos "não resolverão a inflação", mas sim "dobrarão os esforços para agravá-la" e beneficiarão "milionários e grandes empresas".

Boyle qualificou as tarifas de Trump como "impostos disfarçados" que os americanos terão que pagar.

- Riscos -

Na próxima semana, o FOMC, comitê de política monetária do Fed, se reunirá para decidir se voltará a reduzir a taxa de juros pela terceira vez consecutiva ou fará uma pausa na flexibilização monetária.

O mercado espera um corte de um quarto de ponto percentual, de acordo com a firma especializada CME Group.

As taxas de referência estão atualmente entre 4,50% e 4,75%, após cortes de meio ponto em setembro e um quarto de ponto em novembro.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou em 4 de dezembro que o banco central "pode se dar ao luxo de ser mais cauteloso" em relação à flexibilização monetária devido à força da economia.

Alguns dirigentes do Fed demonstraram preocupação com uma possível aceleração da inflação.

Os riscos relacionados à inflação são "mais significativos" do que os vinculados ao desemprego, apontou Michelle Bowman, uma das governadoras do Fed, referindo-se aos dois parâmetros que o órgão monitora.

Bowman destacou "possíveis interrupções nas cadeias de suprimentos devido a greves e tensões geopolíticas mais frequentes no mundo". Também mencionou que "crescentes tensões comerciais e gastos públicos expansionistas" podem aumentar os preços.

O Fed elevou as taxas de juros para conter a inflação, já que taxas mais altas tornam o crédito mais caro, desestimulando o consumo e os investimentos, o que reduz as pressões inflacionárias.

No entanto, essa política pode impulsionar o desemprego ao desacelerar a economia. Em novembro, a taxa de desemprego nos Estados Unidos era de 4,2%.

Wall Street, por sua vez, não se surpreendeu com os dados da inflação, desde a abertura do mercado.

"A inflação não caiu, mas isso não é suficientemente um problema para descarrilar este mercado de alta", afirmou David Russel, analista da TradeStation. A atenção "poderia estar focada na política tarifária da nova administração", acrescentou.


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