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'Drex vai substituir todo o Sistema Financeiro Nacional, será o STR 2.0", revela Banco Central

Fábio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central (BC), revelou durante o Fórum Ativos Digitais, realizado pelo BlockNews com a Cantarino Brasileiro, que o objetivo do DREX é ser o próprio Sistema Financeiro do Brasil, migrando todos os serviços e negócios para esta plataforma integrando com outras soluções digitais como Open Finance e Pix.

"Sim, o DREX como está desenhado será o STR 2.0. Isso já foi desenhado desde a primeira fase do projeto. Precisamos obter mais alguns detalhes para levar à operação. Não sei dizer exatamente quando esse STR 2.0 via ocorrer, mas vai ocorrer", disse.

Além disso, ele apontou que BC não tem um prazo 'oficial' para o lançamento final do Drex junto a população. A proposta é que após muitos testes, a moeda digital será 'liberada' para testes com a população e só depois disso, é que o Drex irá para 'produção', e lançado oficialmente.

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"O que estamos tentando fazer é levar esse projeto para testes com a população, para entender como ela reage e absorve esses novos negócios, e assim determinar o nível de escalabilidade necessário para o sistema. Quando pensamos em interoperabilidade, escalabilidade e segurança cibernética, esses são aspectos fundamentais.

Com esses pontos bem estabelecidos, poderemos avançar para os testes com a população. Nessa fase, a escalabilidade e a interoperabilidade não serão limitantes, e esses testes nos ajudarão a definir o tipo de interoperabilidade e o grau de escalabilidade necessários.

Temos um cenário em que, no diagrama que mostrei, há duas opções: um sistema completamente separado ou completamente interoperável. Provavelmente, adotaremos o máximo possível de elementos internos ao sistema e interoperaremos apenas o estritamente necessário.

Os testes com a população nos ajudarão a definir o que deve estar integrado à Mainnet e o que pode ser interoperável. O ponto crucial é superar o desafio da privacidade. Uma vez que essa questão esteja resolvida, poderemos avançar para a segunda fase da arquitetura e, então, seguir em direção aos testes com a população e depois ir para produção", disse.

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Novas empresas e reguladores

Araujo também disse que o BC vai 'liberar' o Drex para novos participantes do mercado na próxima semana. Além disso ele destacou que não 'há prazo para o lançamento em produção do C

"A expectativa é que, na próxima semana, seja anunciada uma chamada aberta para o mercado, com o intuito de fomentar o desenvolvimento colaborativo do projeto. Queremos abarcar um número significativamente maior de casos de uso, pois, à medida que amadurecemos nossa governança, conseguimos lidar com um volume maior de demandas", disse.

Segundo Araújo, se houver um caso concreto, um modelo de negócios viável, o Banco Central não vai impedir o caso de uso de entrar no Drex. O executivo do BC declarou ainda que a chamada pública vai ficar aberta, por 4 semanas.

"Precisamos aprender a conviver com esse cenário, onde muitas pessoas e empresas querem participar, trazendo diversas propostas. Esse é um desafio que precisamos enfrentar em conjunto.

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Além disso, Araujo destacou que o BC vai 'trazer' para esta segunda fase, dois novos reguladores (a CVM já está no projeto da CBDC) para esta segunda fase: os reguladores do mercado de imóvel e automóvel. Outro ponto abordado por Araujo, foi a impossibilidade de interoperabilidade entre as soluções de privacidade atualmente testadas.

"Eu acho muito difícil que consigamos alcançar interoperabilidade nesse caso. No final pretendemos que os grupos cheguem a um protocolo bem definido, operando com uma única solução de privacidade. Já temos quatro soluções de privacidade sendo testadas e novas soluções podem ser identificadas e testadas. O que buscamos é uma solução que garanta a privacidade", disse.

Muito mais que uma moeda digital

Araujo esclareceu que o Drex não é apenas uma versão digital do dinheiro físico, mas uma ferramenta estratégica para permitir o desenvolvimento de uma infraestrutura digital de pagamento mais inclusiva e eficiente.

"O Drex é mais que uma moeda, ele é uma plataforma que vai abrir novas possibilidades para os participantes do mercado oferecerem serviços financeiros de maneira mais ampla à população", disse Araujo.

Durante suas declarações, Araujo também abordou a confusão em torno do conceito de "dinheiro programável". Ele destacou que essa ideia pode ser mal compreendida, já que, por definição, o dinheiro não pode ser programável no sentido literal.

"Dinheiro, em sua essência, encerra uma transação no momento em que é entregue. Ele não tem condições ou verificações a serem cumpridas", explicou.

O executivo do Banco Central comparou o conceito de dinheiro programável ao uso de vouchers, como os food stamps dos Estados Unidos, onde há uma limitação quanto ao uso dos valores. Enquanto o voucher só pode ser utilizado em situações específicas, como a compra de alimentos, o dinheiro tradicional não tem essa restrição.

Segundo Araujo, o termo "dinheiro programável" pode criar uma falsa impressão de que a moeda em si está atrelada a condicionalidades, quando, na verdade, o que está em jogo é a criação de uma plataforma pública para facilitar o acesso a contratos inteligentes e novos serviços financeiros.

Assim, a grande inovação do Drex, conforme Araujo, não está na "programabilidade" do dinheiro, mas na capacidade de criar uma infraestrutura pública que permita aos agentes do mercado desenvolver soluções financeiras para a população. Ao invés de ser um simples meio de pagamento digital, o Drex será uma API aberta, sobre a qual empresas e instituições financeiras poderão construir soluções para diferentes tipos de serviços.

"O Drex abre um ecossistema público que possibilita a criação de contratos e serviços de forma mais inclusiva e eficiente", afirmou.

Araujo enfatizou como esse conceito se torna o diferencial fundamental para democratizar o acesso aos serviços financeiros, um dos principais objetivos do BC com o projeto.

A escolha do modelo de ledger

Araujo ressaltou que o Banco Central está adotando um modelo de ledger único para o DREX. Ele explicou que, apesar da possibilidade de se trabalhar com ledgers interoperáveis, a escolha de um único ledger é a mais segura e escalável para o início do projeto.

"Há um problema de confiança nos protocolos de interoperabilidade. A estratégia que definimos para a evolução do DREX é começar com um ledger único, inserindo nele tudo o que a escalabilidade permitir e interoperando apenas o necessário", destacou o diretor.

Essa abordagem, segundo Araujo, simplifica o processo de migração futura para uma estrutura de ledgers interoperáveis, se necessário. No entanto, ele advertiu que o caminho inverso — de um sistema interoperável para um único ledger — seria muito mais complexo.

Outro ponto crucial abordado por Fabio Araujo foi a reconciliação de informações. Ele mencionou a necessidade de um ambiente capaz de reunir todas as regras de negócios e promover a interoperabilidade entre diferentes sistemas.

"Nesse ambiente, todas as informações sobre regras de negócio e interoperabilidade coexistem, permitindo a reconciliação. Existem diferentes abordagens para isso: uma é ter um ledger unificado, que é a estratégia que estamos adotando", explicou.

Ele ainda fez referência ao conceito de Unified Intelligent Protocol (Protocolo Inteligente Unificado), que, segundo ele, será a base para a integração de serviços, aplicativos de contratos inteligentes, verificação de credenciais e outras funções essenciais para o funcionamento do DREX.


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